As restrições à liberdade
- a proibição da greve e do direito de associação;
- o encerramento de muitos sindicatos;
- a censura (não havia liberdade de expressão);
- a reorganização das forças armadas e da polícia.
A União Nacional era o único partido autorizado pelo Governo e foi
criado em 1930.
A Censura foi um dos meios mais repressivos do Estado Novo. Primeiro
foi criada a censura prévia à imprensa e, aos poucos, foi-se estendendo aos
outros meios de comunicação, tais como o teatro, o cinema, a rádio e a
televisão. Os livros também eram alvos de censura. Antes das publicações, tudo
tinha de ser aprovado pelos censores, que não deixavam passar qualquer tipo de
rebelião contra o regime e protegiam a moral e os bons costumes que Salazar
defendia.
Jornal com cortes da Censura. Assuntos políticos, religiosos e normas de conduta que
pudessem influenciar a população num sentido considerado perigoso, eram
cortados pelos censores.
Outro dos meios repressivos do
Estado Novo foi a polícia política,
que perseguia todo e qualquer opositor do regime.
A polícia
política, primeiro chamada PVDE (Polícia
de Vigilância e Defesa do Estado), passou depois a ser denominada a partir de
1945 de PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) e em 1969 de DGS
(Direcção-Geral de Segurança).
Eram constantes as
perseguições, as prisões, as torturas e até as mortes. Todos aqueles de quem se
suspeitava alguma manobra contra o regime eram afastados e condenados a maior
parte das vezes mesmo sem provas. Existiam prisões em Aljustrel, Caxias,
Peniche e em Cabo Verde, conhecido como campo de concentração do Tarrafal. Os
presos ficavam incomunicáveis e não tinham direito a visitas de família.
Campo do Tarrafal. Foi uma das prisões mais duras do regime e
funcionou de 1936 a 1956. De 1937 a 1945, não houve um só ano em que não
morresse, pelo menos, um prisioneiro.
Ao serviço do regime surgiram em 1936 duas
organizações:
- a Legião Portuguesa
(organização armada) que tinha como objetivo defender o regime
salazarista e combater o comunismo;
- a Mocidade Portuguesa (organização juvenil) que procurava desenvolver a devoção à Pátria, o respeito pela ordem, o
culto do chefe (Salazar) e o espírito militar (jovens com idades entre os 7 e
os 14 anos).
A Legião
Portuguesa.
Desfile da Mocidade Portuguesa.
Criança
pertencente à Mocidade Portuguesa.
Mocidade Portuguesa
feminina.
Uma das “Lições” do manual escolar
a promover o “culto do chefe”. Utilizavam-se os livros
“obrigatórios” no ensino, nos quais se defendiam os ideais salazaristas.
Em 1938, para
assinalar os dez anos de governo de Salazar, é editada uma série de sete
cartazes intitulada “A Lição de Salazar”, que foi distribuída por todas as escolas
primárias do país. Estes cartazes pretendiam impor valores por parte do Estado
Novo e destinavam-se a glorificar a obra feita até então pelo ditador. Durante
muitos anos, estes cartazes didáticos foram utilizados para
transmitir a superioridade de um Estado forte e autoritário sobre os regimes
democráticos/liberais.
Os cartazes faziam uma comparação entre a obra do regime salazarista e a 1ª
República, acentuando a importância do Estado Novo enquanto garante da ordem e
progresso do país.
Apesar de toda a propaganda e repressão que sobre eles era
exercida, muitos portugueses opuseram-se corajosamente ao regime, através de protestos
públicos.
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