sexta-feira, 27 de março de 2015

As restrições à liberdade

 Salazar defende um Estado forte e por isso decretou:
- a proibição de partidos políticos;
- a proibição da greve e do direito de associação;
- o encerramento de muitos sindicatos;
- a censura (não havia liberdade de expressão);
- a reorganização das forças armadas e da polícia.
 
A União Nacional era o único partido autorizado pelo Governo e foi criado em 1930.
A Censura foi um dos meios mais repressivos do Estado Novo. Primeiro foi criada a censura prévia à imprensa e, aos poucos, foi-se estendendo aos outros meios de comunicação, tais como o teatro, o cinema, a rádio e a televisão. Os livros também eram alvos de censura. Antes das publicações, tudo tinha de ser aprovado pelos censores, que não deixavam passar qualquer tipo de rebelião contra o regime e protegiam a moral e os bons costumes que Salazar defendia.
Jornal com cortes da Censura. Assuntos políticos, religiosos e normas de conduta que pudessem influenciar a população num sentido considerado perigoso, eram cortados pelos censores.
 
Outro dos meios repressivos do Estado Novo foi a polícia política, que perseguia todo e qualquer opositor do regime.
 

A polícia política, primeiro chamada PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), passou depois a ser denominada a partir de 1945 de PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) e em 1969 de DGS (Direcção-Geral de Segurança). 
Eram constantes as perseguições, as prisões, as torturas e até as mortes. Todos aqueles de quem se suspeitava alguma manobra contra o regime eram afastados e condenados a maior parte das vezes mesmo sem provas. Existiam prisões em Aljustrel, Caxias, Peniche e em Cabo Verde, conhecido como campo de concentração do Tarrafal. Os presos ficavam incomunicáveis e não tinham direito a visitas de família.
Campo do Tarrafal. Foi uma das prisões mais duras do regime e funcionou de 1936 a 1956. De 1937 a 1945, não houve um só ano em que não morresse, pelo menos, um prisioneiro.
 
Ao serviço do regime surgiram em 1936 duas organizações:
- a Legião Portuguesa (organização armada) que tinha como objetivo defender o regime salazarista e combater o comunismo;
- a Mocidade Portuguesa (organização juvenil) que procurava desenvolver a devoção à Pátria, o respeito pela ordem, o culto do chefe (Salazar) e o espírito militar (jovens com idades entre os 7 e os 14 anos).
 


A Legião Portuguesa.

Desfile da Mocidade Portuguesa.
Criança pertencente à Mocidade Portuguesa.
 
Mocidade Portuguesa feminina.
Foi criado também um Secretariado de Propaganda Nacional para fazer propaganda ao Estado Novo.
Uma das “Lições” do manual escolar a promover o “culto do chefe”. Utilizavam-se os livros “obrigatórios” no ensino, nos quais se defendiam os ideais salazaristas.
 
Em 1938, para assinalar os dez anos de governo de Salazar, é editada uma série de sete cartazes intitulada “A Lição de Salazar”, que foi distribuída por todas as escolas primárias do país. Estes cartazes pretendiam impor valores por parte do Estado Novo e destinavam-se a glorificar a obra feita até então pelo ditador. Durante muitos anos, estes cartazes didáticos foram utilizados para transmitir a superioridade de um Estado forte e autoritário sobre os regimes democráticos/liberais.

Os cartazes faziam uma comparação entre a obra do regime salazarista e a 1ª República, acentuando a importância do Estado Novo enquanto garante da ordem e progresso do país.







 
 
Apesar de toda a propaganda e repressão que sobre eles era exercida, muitos portugueses opuseram-se corajosamente ao regime, através de protestos públicos.
 
  
 

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